ela estava curvada
agarrava nas suas mãos trémulas
um pedaço de céu da noite anterior
e o gigante grunhiu:
-as tuas mãos são penas que ao meu rosto
se colam de mimo
e olhando para as suas
como pedras rígidas de calo
tonto aturdido
paralisado nas suas unhas
-medo de rasgar o céu donde caíste
de não poder devolver-te
se fugires estará o caso arrumado
irei fingir que deixei os olhos fechados
por um instante e que esse instante
teve lugar apenas no passado
Aninhando-se no seu gigante peito
a cabeça junto ao coração de ferro
ela sussurrou:
-já só conheço o inferno!
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