os peixes vêm no escuro
38 graus de rumo
águas de cacau
mãos que derretem o coração
o rasgo violento
da força da germinação
de um tubérculo adormecido
laivos de expressão não só
depois de nascido nunca mais
o silêncio do ventre
roncos, uivos, gritos
de querer voltar sem canais
de bastar os olhos fechar
e de lá trazer vivos
os sinais do mundo dos mortos
depois de nascido nunca mais
de não se saber ao certo
o momento de dizer
parto em paz porque finito
e desse gesto incompleto
de constante instante passageiro
ser então o caminho e o corpo
que se atravessa a si mesmo
porque
os peixes vêm no escuro
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