quinta-feira, 6 de junho de 2013

a verdade dói
a maioria das pessoas prefere
não saber não entender
a existência passa a ser
uma máscara que acalma
linear e discreta
ser por dentro um lugar
quieto e simples
de quotidianas tarefas
estruturando o desconhecido
empurrando os dias
que passam iguais a si mesmos
mas tranquilos

a verdade dói
sobretudo quando insistimos
em não vê-la como é
raciocina-la, racionando a felicidade
que afinal não é assim tão plena
que afinal longe de perfeita

e em última instância
o derradeiro ansiolítico:
a realidade não é o queremos dela
por isso, aceitá-la como é
resignados, mas calmos

e aos poucos vamos
deixando de lado sonhos
ideias futuradas de nós
da nossa única vida
vamos deixando de parte
a existência consciente

porque não queremos mais
porque não há mais nada
porque...quem disse?

a preguiça, a fraqueza
o conforto, o conformismo
o estado, o dinheiro
tantos nomes para a
negligência do compromisso
único ao nascer:
ser!

e nada disto é simples
porque dói,
magoa uma porta fechada
magoa um amor iludido
magoa um filho diferente
magoa a conta a vencer
magoa a hora a matar-nos
no emprego que tem de ser
magoa os anos voarem
magoa as nossas limitações
magoa as limitações dos outros
magoa

mas sem dor
como podemos sentir
o prazer?

prazer de ser
EU!








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