quarta-feira, 26 de junho de 2013

etiquetas andam às aranhas com letras
como se tudo não tivesse sido já feito
as recombinações de dna emergendo
a cada novo momento alguém nasce

e se uns têm cabelos vermelhos
outros acontecem ser espelhos
e se uns têm comichões lá dentro
outros acontecem ser tranquilos

clássica, metálica, jazzeada
cada alma tem
um ritmo, uma nota, uma pausa
um instrumento que a toque
um ouvido que a entenda

caixa de música torácica
vintage ou moderna
design coração de madeira
onde uma caneta dança
dando-lhe corda e vida

e andam às aranhas
as letras que se acham estranhas
à procura de etiquetas
tocando ao ritmo de outras caixas

que pena
não é a alma que é pequena
é a escuta que é surda



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