Seguindo o moço, reparei que a porta do meu quarto estava aberta. Olhei lá para dentro e vi acessível a roubo o telefone, o meu e o dela. Escondi-os na pressa e quando saía olhei para aquilo que me pareceu uma estrutura de suporte de um berço. Ao redor procurei por ele e nada, pensei ser para casais com filhos. Havia uma poltrona de verga e uma cama, tudo decorado com o maior requinte. O hotel era um forte em Marrocos. Nunca lá estive. Segui então o moço e sempre à volta chegamos a uma sala varanda redonda. Do género de um primeiro andar com diferentes compartimentos abertos onde se vendiam latões de tudo. Azeitona preta, atum..pensei, então era aqui o bar do hotel.
Voltando atrás, tinha deixado na praia um grupo de pessoas que vinham comigo. Tínhamos trocado de sítio porque a água estava a subir. Toda aquela paisagem era de uma brancura cegante. A areia, a água transparente e o sol. Como se um sonho fosse dentro do mesmo. Quando o moço nos abordou e eu o segui chegou-me o pensamento de que não era desta que mergulhava, este ano não tinha ido à praia ainda. Mas qualquer coisa naquele convite era mais forte. Um mistério como se eu estivesse em busca de algo que nem eu sabia o quê mas de uma missão urgente se tratar. Fiz por acordar quando chegámos ao fim do primeiro andar do bar de latões porque me perdi com alguma coisa que já não me recordo. Acordei e estive a rever para trás, perdendo precisamente esse momento.
E uma estranheza no peito tem-me acompanhado no café e no cigarro da manhã.
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