sexta-feira, 14 de junho de 2013

Kali Ma
degrau a degrau
ainda agora aqui
e do nada já não

e lá em baixo
os teus braços apertam
os versos

Como se o corpo
se fosse enrolando
e com as mãos
se esticasse em fio
até invisível chegar
ao vazio

porque sopraste
como se vento
andando por aí
por cantos
batendo de frente
com estranhos

por um ouvido
ou uma boca
uma janela
ou uma ferida

entrando
de clandestina
ficando por acaso
por ser leve
a existência

nas dobradiças
dos dedos
se esconde terra
de tanta força
a insistência

fala comigo
causa materna
lava a alma
na água sagrada

Kali
dá-me vida
do meu sangue
se já levaste
devolve!









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