domingo, 1 de março de 2015
da crosta
a coisa foi feita para sair das vísceras
estremecer, o atravessar do túnel
ao exílio hipnótico de discos voadores
a verdade deste elixir subcutâneo
o arquitectar do passo clamor
geólogo? não, antropólogo!
destas linhas que migram como aves
que é do calor que se aninham
para no palpitar qual sodomia
o saber dirigir da corrente telúrica
ao sentido da descoberta urgente
da palavra eléctrica mais potente
capaz de submergir ilhas ocultas
no mapa-mundo das catatuas
tomar tudo a eito compulso assalto
nos veios da crosta do globo
fraturar, fraturar, fraturar
toda uma corrida espacial
porque os recursos se podem esgotar
e no perfurar do solo saborear
apreciar cada momento profundo
de em contacto estar com o núcleo.
e nessa altura compreendedora
ser a sonda celeste da grande muralha
ser um louco satélite para a mensagem
e das tensões invisíveis das correntes
quando entre nós intercambio submarino
a metáfora das coisas reais, estanho
que sinto entre as mãos, estanho duro
a magreza nervosa dos corpos agastados
pela dolorosa escavação de luz saciada.
o elixir da longa vida.
essa auto-caminhada de beco sem saída.
creio que inventámos a coisa errada!
agora sim, agora sinto plenitude
que resposta mais sedutora podia ter?
numa troca de obsessas consoantes
entre a minha boca e a boca do inferno.
diz que está a arder, diz e faz-me estremecer.
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