anda levanta-te
não percebes que tudo são andas de muros que
nem se sabe porque preferiste erguer da pele
que te havia de febrar e delirarmos em conjunto
porque são? a vela está por cair ao prato um fio
tudo na cabeça são fantasmas de facto e assim?
depois do clarão há uma expressão pura de laivos
de agente que se engasta de tantos ais e ousarás
da maré uma constante de fé de que tudo é sim
pequenos empréstimos à fé, automatismos à ré
anda carangueja que agente escreve como fala
agente dos campos estéreis e das falas mansas
porra! andamos fartos de ficar ao deus-dará
e de estender a mão e nem o pão de esmola há
anda levanta-te
homens como este branco estampado na pele
de fome, este branco que é um buraco retalho
por onde escorre todo o sofrimento coalho
que não o dá a conhecer como inteiro costurado
manto de rezas que os joelhos não suportam
porque se não acredita e o silêncio é um poço
mais chão de arrasto que a promessa é secura
um borrifo astral de pedaços de terra sem chuva
de atmosfera e lugar onde cresce coisa nenhuma
Anda. Quero cumprir-me dessa promessa.
Tirar-me os pés da terra.
Sem comentários:
Enviar um comentário