sexta-feira, 27 de março de 2015

Extintem-se-Nus



são os extintores dos louvores que nos calam
quando a cidade se cobre de mal-sucedidos
é grão privilégio a chuva que tudo leva ao rio
iluminando o sol o espaço que fica de desvario
no trabalho que pende de pregar um interlúdio
para andarmos então contentes de cabeça no ar
e os orvalhos nas tascas são sábias calmas
que nos engolem as horas depois da labora.
Há tanto de lacónico como de incógnito
das mãos um estado óptimo de não estar
como as rochas que estão para o mar
os olhos fechados são o apoio para continuar.
E na escuridão progredir.
O caos se inspira de pontos soltos
perpetuar o calvário de um pensamento quebrado
se vergam perigo-nos de sermos o contrário
onde não há destinos, apenas trabalhos.
evaporando-se-nos a aura da infância
no lume que arde sem diques de interrogação
amostra de qualquer coisa que podia ter sido
outra.
Andam os autos entisicados de homens
é o próprio diálogo um parvo vocabulário
de se ser um unicórnio sem fantástico
perdido nos torniquetes do tempo alheio.
Ah borboletas do zodíaco
os pilares ossudos do mais oco dos mundos
e mirradas nervuras que nos forcam
qué das forças que nos alienam das covas?
adianta a seiva ser nutrida de ofuscada vida?
nas madeiras intermitentes das entranhas
onde as nossas mãos serão sempre estranhas.
mas diz que a morte é catana inquietante
e a ventana carece de sinos que nos chorem.
Adianta.
a penugem dos nossos corpos veste-nos
de uma animação marioneta de ser criança
se oferece selvaticamente a película do gesto
a fervura da ira de uma fauna fausta de nada.
porque se carrega nas costas um peso
um peso nublado de ascendentes de teimas
de termos que ser todos mais alguém
histórias bíblicas...as gaivotas em voltas
concluídas. Corresponder ao amor e à lei.
Mas a propriedade de regressar à original
forma desformatando matando a forma
se recuar e suplantar e superar e ar, Ar!
Adensa-se condensa-se.
Saber da arte de nos evaporar este estar
é muito mais além de caminhar
só por caminhar. E nus. Que tudo o resto
há-se pesar.







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