terça-feira, 30 de julho de 2013

Cadáver a Um

Arrecadou-lhe o medo e ataviou-se de segredos.
E passado algum tempo voltou a vê-lo. Ao cotovelo.
Diz que é a parte mais dura do corpo. Se bater de novo.
E anda dias que nem se lembra outros há que só lhe vem à cabeça.
Este lago tem patos. Cisnes talvez, negros. Debicam-me os pés atrevidos.
Anda à roda, anda à volta é um pau de dois bicos. Que se fosse e não voltasse.
Já reparaste que não segues a última deixa? A ver se a velha se guarda da janela.
Tenho vontade de te morder. E não tenho dentes para este osso, vaidoso pescoço.
Diz que a cassete agora serve para enfeitar a parede, a mim me consta que lá vem sopa.
Ai, que se embaralhou a moça. E a voz que anda rouca. Áspera, senhor, à espera de amor.
E vão duas e são todas, as pombinhas andam loucas. Vá sacode a roupa e na corda me prende.
Gente, gente, gente...fazem tanto barulho as abelhas, e mesmo rente às orelhas agente aprende a vê-las.
Ora viva se não está ainda morta. Tenho os lábios secos, deve ser uma anedota. Bolas sempre fechada a porta. E agora, que nem sei se entre se fique cá fora. Olha namora há anos e depois lá vêm os tédios. Naqueles prédios mora gente esquisita. A etiqueta dizia para tomar em doses pequenas. Tão natural como a sua sede. O texto está torto. É a folha que o entorna. Na concha coloca assim, um pedaço de mim. Gosto do teu perfume. Fume, ande vá que nos falta o ar. Está quase a acabar? Então ao início há que voltar. Comprou um cão. De raça indefinida mas diz que é segredo para a família que é muito fina. E só me contou que vem lá de cima. Do lado esquerdo onde dói o peito. Que merda sem jeito. É defeito com efeito. E a culpa é do texto. Que se foda. Toda. Assim a meio da linha?

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