Para um dude...
ás vezes se adivinha com que rima a vida
outras vezes é preciso perder o norte
para se encontrar lá no fundo a morte
ou destino karma acaso sorte empurrão
e renascer no caminho certo acertando
não mais retrato de ser desinspirado
deambulado vegetal de estufa criado
aos comandos desse porta alma desancorado
mas é preciso bater ao lado perder o estado
errando com espírito aberto para bifurcar
descortinar olhando com vista amplicada
à frente um caminho que estava camuflado
e tudo isso custa não tanto como uma casa
ou um carro ou uma peça de roupa cara
não tanto como ter um filho ou perder alguém
mas não tão pouco como dormir a sesta
tão simples não é e no entanto...
não daria menos trabalho acreditar
que somos biologia cíclica pura
nascer, crescer, morrer e venha outra
criatura que nos substitua até mutante
existencialismo humanismo niilismo darwinismo
na verdade será a variedade que impõe dinâmica
de andarmos em debate assim o pensamento muda
muda porque se confronta muda porque enfrenta
a única angústia que tudo isto provoca: a morte
de andarmos todo o tempo a monte na razão
não da que renova não da que transforma
daquela que não tem mais volta: sem escolha
calem-se calme-se todas chatas ruminadoras
picaretas da contemplação pás de escavação
escamoteando o quotidiano do descontraído
eu quero o meu sofá e um programa televisivo
dude we are lost we are lost lost lost dudes
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