quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Dialecto de Velhos



cintos de segurança, hábitos
a bordo da aventura, inúteis
de nos atirarmos borda fora
de vendas e mãos atadas

dos dedos pálidos o firme abismo
da impressão que fica, em cada fibra
nessa página de sangue, o carimbo
estarei louco! e cada vez mais nítido
o coração se aquietando, pára!
o espírito abandonando o chão
o carácter marulhante da alma
descolando da pele de Laverna
É ela mesma que nos empurra
que nos dá aquela curva, o frio
dos ossos que estalam idosos.
o turbilhão das vizinhas, as buzinas,
os trocos para a bica e a barba
tudo deixado em terra!
para onde vamos, nada nos pesa.

a massa do escaravelho coleta
o sagrado por ali fica no corpo.
a misericórdia de alguém
de nos cobrir de pedra e lágrima

que o diâmetro da vida
não encolhe nem estica,
isso pensam os jovens da botica!
mas quem parte, sabe
que a estima do tempo, é a arte.

Que mania de negar o que existe
e explicar o que não existe!











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