Dar-se-á o caso.
aqui jaz um homem
através da sátira o desejo falhou
porque confinado a um espaço
o tempo o fechou
e a obra? uma garrafa vazia
e ele mudava o rótulo e a pulsação
para o quarto andar da vida
para atrair a atenção dela, olé!
começando a conservar pessoas
instantes de café, restaurantes,
cinemas, jardins, escritórios
e havia ainda o fado, que mais
os oficiais, os mitos, os bairros
ávidamente consumindo
ásperamente se extinguindo
de bonitas palavras de longes
meu palmo meio sono meio outro
fidalgo de caçadas noites
da província o rescaldo
mas aos poucos, a cidade se esbate
de cérebros obcecados e cigarros
égua baia, anão, elfo noturno, gnomo
o cachimbo no varandim
que o fumo se fugia de si
e eis que um vestido de tule o envolve
no requinte de um espírito trágico
que em seus olhos o seu próprio estádio
Ah! exclamou, Acordei agora mesmo.
de uma miséria interior que nem a dor
conhecia, que nem a mim me tocava.
E contornou a esquina, para outro dia.
Quem sabe convidá-la, mas outro.
Só
pelo desejo secreto de ver em seu rosto
o desejo. Um desejo. Ao menos um de
nenhum.
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