domingo, 4 de janeiro de 2015

Mete mais sal


num tasco de beira de estrada nacional
do porta-bagagens saltam ecos de fome
Queremos comer até à morte!
dos dias de ontem esquecer-se a carcaça
e a cabeça se espalha,
se rebenta água na boca no bife da alcatra
Mas há sempre quem...
as fadas e as princesas e as barbies
fita métrica, balança, mão à boca, que já chega!
Há que fazer sacrifícios pela beleza!
Quem é quem? Quem a tem?
Tem verruga e bigode, dente podre e é pobre!
e que sobra?
a barriga enérgica enfartada de vida nervosa
Vai mais uma posta? É que a batata engorda!
Para sobremesa talvez caiba uma lampreia.
Ou não, talvez uma pêra rocha
Não, isso não, porque hoje é dia de festa!
E depois do banquete, a flatulência
de um estado inquieto, espécie de peso
esquece-se o tempo do estar-se satisfeito
e que azia!
Vai um café, uma aguardente ou uma pastilha?

Pantagruel de tontos!
que deixam no fundo da panela
um poema de Roupa Velha!


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