quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
Os Antigos
No sexto Domingo calço os estribos
tomo o remédio, aperto o laço
ajeito o chapéu e lá vou eu
pelos trilhos de um verdadeiro pé.
E não me venham falar de fascínios
não perco mais tempo com Cristo
era uma inquietação sem fundamento
um pandemónio de um carnaval
de outros tempos.
Porque murcham as flores na vala
e eu em lua-de-mel, medalha de ouro
doméstica, o rosário das tarefas de
abracadabra de nadas
-Tendes de fazer uma longa viagem!
Vou, mas vou quando me apetecer não ir,
quando souber exactamente não ser,
e quando tudo em mim já não o for.
Nesse dia, avento fora a casa, os animais
as folhas e as palavras e os mapas.
Avento ainda o meu corpo e a minha alma,
que a viagem assim é mais barata.
É um privilégio a solidão do pensamento,
a limpeza da impureza de dentro,
a infabulação de um prolongamento de zero
engrandecendo a lembrança de momento
nenhum.
Essa anágua que me encobria a vista, despi-a.
Estava à espera de um baptismo de quebra.
De partir a loiça toda, cara a cara, máscaras.
Ai Veneza. Como estava enganada!
Na Antártida. É para lá que vão os anarcas.
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