segunda-feira, 6 de abril de 2015

66,5



um velho tambor em chamas
as sombras dos muros de berlim
pelas portas da miséria atravessar
um portal de gritos extensos
do pranto que se junta ao ébrio
erguendo-se do chão vultos familiares
o lúgubre piar da noite sinistra
tudo navegável pelo lado de fora,
olhos de coruja agora abertos
tacteando o sinal da cruz
de deixar inerte o sono-luz
e se amanhece macilento no regaço
preenchendo as lacunas de pedra
de atalaia ao sol que se levanta
soldados do infinito sangue que os une.
das paredes ásperas a liberdade
apenas um sótão em céu aberto
onde antes eram cortinas de ferro.
dentes de lobo, lentes de míope
a viga mestre que irrompe pelos polegares
dos subúrbios da saudade.
em voo encarpado se lê de semi breves
como se fossem hoje...papel de parede.
A memória afinal
uma bailarina de biqueiras de aço.

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