segunda-feira, 27 de abril de 2015
somos um
apanhados nas pregas da estrutura
estafados que nem um cavalo
da fúria de um lançador de râguebi
ser ainda mula voadora
e do tecido cicatricial fazer a ligadura
a postura tão erecta como um poste
se esteja a curar à beira-mar
de arranhões como identificação
a tudo o que teve de deixar
e o iodo como desinfectante
ronronares sonares como calmante
do rosto encarquilhado sem expressão
de se fazer do roubo uma necessidade
com uma espécie de orgulho e vaidade
da mais interrogada das rugas
capaz agora de se embriagar com pouco
e de uma alegria sublime a braços
atirar borda fora a fotografia de passe
e todos os números de variedades
que nos antes matavam
com ordem de matar devagar
e algo arredondado nesse amor afirmativo
nesse amor à terra infinito
e da surdina de um último espasmo
ainda húmida de lágrimas
o extraordinário, é
e para quê traduzir por mais palavras?
o desafio está para além
de se lançar de braços soltos
no espanto de se sentir completo
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