quarta-feira, 15 de abril de 2015
Antes que nos doa
São tentativas do militar domado dor
um cidadão pacífico passando em redor
que se jogando de bruços
do murete de mármore que antes o sutiã
agora voa em pedaços da manhã
e a voz do locutor se cala
as balas miam ao bater do roçar da sua saia
ricocheteando sabe Deus por onde
o romance policial
onde estalam rajadas de mistérios
e pneus derrapantes alti-falantes.
retesando os músculos
da lâmpada de néon rosada a língua
limpando a poeira do arranhão que sangra
sirenes e fuzilarias de corridas de galgos
metralhados a medir fasquias
-a fé era muita!
de ruas demasiado estreitas para tanta pandora
entesicada
e estilhaços de vidro caindo como chuva
retesando os músculos uma outra vez
os galgos andam malucos
e as pandoras só fazem barulho
Todos os dias te encontro meu amor
pneumático
e sopra-me, ora sopra
anda ver se tenho fugas e reumático
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