sábado, 11 de abril de 2015

rotação zumbi



e em tudo petulante esse céu que te roubou
hoje na ingratidão de tantas vezes ter soletrado
o teu nome em vão
não é mais fértil este chão
da tua ausência a aridez
e narrar erudito um realismo ingénuo
das coisas exteriores que os homens temem
todo um daltonismo e o horizonte é fixo
mas tudo equivale a estar ausente
para ser capaz de mentir que o céu é mais azul
e os verdes dos rios reflectindo verdes mais verdes
e tudo ser capaz de confundir e misturar
sempre no intuito
de teu nome nunca esquecer.
mas são pântanos
a aparição do espírito em castanhos lamacentos
donde brota mundo nenhum
e o conceito babilónico é em vão
onde a areias são vermelhas e sangram
melancólicas propriedades odeio-metafísicas
Tudo pode ser deixado ao acaso
como se estivesse até parado
que é isso da rotação da terra quando a cabeça
é meditação
a rota matemática das almas
das chamadas de astronomia vivente
das tabelas dos sonhos e das velocidades dos olhos
tudo viragem de dentro para fora.
de dentro. Que o centro há-de ser sempre por dentro.

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