Que
é fita magnética de puro instinto
de códigos fluídos de placas de zinco
anda o espírito de passeio por um fio
porque as nuvens se carregam de aflitos
não há talismã, o reflexo é convexo
são egos de vidro e fracção de segundo
há um eixo por onde escrevo mais fundo
que guardo na algibeira de trocos
um realismo de cães leigos geométricos.
uma espécie de calma vigilância-raiz
em palpitações de breves cimentos-giz
a exactidão em simulacros e exaustos
e da luz volante sermos apenas chegado.
votos de uma autópsia bem sucedida
para te medirem a alma através da folha
paranoico-lírica enfadada de vida
andam os farolins embaciados
perder-se assim entre duas campas
de seguir à risca os pingos da chuvada
e chegar à cidade solitária sem nada
de entre os vivos deixar ser assassino
o paradoxo que nos cai sobre os ombros
de tudo querer ser refundido limbo
no reino da animação ser estátua
mágoas de verga que não se vergam
para relógios de sol à sombra
já nem os bichos me assistem
dos tectos os trapézios só assustam
camadas de flanela e penas de ganso
para um sono digital sem descanso
e ser chocalho da cabeça frangalho
chocalho repito como badalo de sede
bater com os cornos na rede
tantas são as as vezes que se perde
o norte num céu que nada nos acolhe
mas há um lugar onde é mais forte
onde os sinos batem pelos vivos
onde os fados se dançam de pontas
e os beijos se roubam às portas
e eu não sei do nome desse País
donde me dizem que se pode ser feliz
donde me escrevo eu, cartas de adeus
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