são variações da anca
rosáceas tímidas que se roçam
esse calor de marginal madrugada
as estrelas que das paredes falam
e nós, uns entre outros, estrangeiros
crucifixos bandarilheiros
são as arenas que nos apertam o peito
e nos detalhes, o demo, em cócegas
sonolento. em assoalhadas de terrenos
e horas mortas. e soletrantes as gírias
de sítio algum
numa espécie de assobio
ou numa orquestra de rastilho
íntimos momentos alinhados em silencio
quando os nossos olhos se cruzam
de códigos reconfortantes.
e tudo em volta continua
a bola de espelhos engolindo rostos
de gente retardatária no quilómetro do tempo
interrompido
e por detrás do balcão
um velho trôpego
que pressente nos gestos o fim de tudo
mas no peito desembarca sempre
o desabafo da euforia do volfrâmio
-tanta fome de chegar ao fundo!
E galhofante o copo viaja
assaltando a paliçada de um coração em argamassa
para se sentir vida ser generoso e próximo
talvez se invente um melodrama
tornando mais suportável a ida para a cama
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