segunda-feira, 6 de abril de 2015
o choro das varinas
a dor que puxa o anzol
deslumbra-se de tudo o que é sol
a atracção da vida e sacrifício
nessa hesitação de se chegar à superfície
e em conversas mudas com a mente
vai-se vaidoso e ardente
esse peixe preso na rede
e de galanteios seduzir a orla
para que o deixe precisamente
aos pés de umas sete saias
E vai vaidoso e contente
o peixe embalado no ventre
despedindo-se do profundo e escuro
mar de gente
vai ser longo o tempo de espera
em salmoura e aguarela
e devaneios para o caminho
enquanto chora a varina
pelo seu tempo de menina perdido.
E o choro termina junto à cova
de um dente de leite
e o orgulho lhe toma a guelra
de ser enfim só um peixe
Oh mar, tudo há-de ir e voltar
de que nos vale chorar
se o choro a ti nunca há-de chegar
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