sexta-feira, 24 de abril de 2015
só imperfeito
e se ostenta um só imperfeito
o rapaz dos quarteirões da distância
de todos os dias o mesmo
espalhando sobre a almofada o pensamento
que ainda lá dentro em bruto
era uma fábrica de cerâmica ardida
pedaços que agora lhe erguem paredes
de um fogão a esperança
e o pão que nunca há-de chegar
onde estão os fantasmas que ficaram
de chegar para jantar?
o poder de lançar no futuro
murmúrios de infância
e com a cabeça coberta pelo lençol
a honra dos samurais
no segredo da urina e dos medos
há tanta coisa que desconhecemos
nessa cabaça donde nos forjaram
somos a paixão dos coiotes que choram
pelos tectos cinza dos nossos rolamentos
e do que ainda está por vir
com um elástico na jugular
a esquadrilhar o coração de vontade
de bater mais e mais verdade
na fadiga da espera mais longa
ai se pudesse voltar atrás
esse cordão umbigo seria o atilho
no revelar do negativo
na cicatriz irregular de um primeiro amor
do espírito humano e compatível
mas nenhum deus sob tutela
nesta brinca o rapaz está de ingénuo
porque quando se nasce
deixa-se lá dentro a alma
dentro da mãe ventre
esse desejo infinito ardente
de se encontrar nela
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