sexta-feira, 24 de abril de 2015

Chove a cântaros


Starting MS-DOS.

C:\>_ edit Chove a cântaros.bat


um guarda-chuva no empedrado
de saltos altos a cantar de galo
passos contra a barra
fulminantemente cinza bela,
ombreia o presente à espreita
de magicarmos ponteiros invertidos
de sermos traços da lei seca
rendez-vous
e um cordel virado para ontem
por uma vida de verdade!
especialmente as coisas íntimas
se nos engolem de um só nó

encurralado no xadrez do canto
um garoto diferente
e seis janelas dão para a praça
onde barcos venezianos
se arrastam ao motor
no pregão de uma nota universal

inda os olhos se fecham
sob arrumação de cebolas no tecto

das vigas da estação
uma estrutura que fuma o último cigarro
antes da partida

uma brecha contempla a escuridão
lábios e olhos para dentro
e de bicicleta sob o espelho da ria
a ruga de uma velha em contra regra
no tempo crónico de um outro mundo
talvez num outro mundo seja crónico

e no céu se descrevem cabos eléctricos
os deuses devem estar frenéticos


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