segunda-feira, 27 de abril de 2015

vidas gerais



e as mãos suam contra o plástico negro
onde de vez em quando se carrega um igual
lágrimas enclausuradas em bolas de cristal
garotos disparando pistolas de água ardente
na lancheira migalhas de dias grandes demais
estará para chegar o exame microscópico
craniotomia na protuberância
do que não mata engorda
mas de que podem eles engordar?
e terminando assim a vaga de labuta
nas minas de pedras gerais
tudo o que urge
é a chegada de um sono sem dor
de se poder riscar um fósforo
para que no céu se encontrem estrelas
e crianças que ainda sonham
e marcham oh se marcham
nos arreios do tempo alheio
marcham num instante homens
e porque as minas fecharam
hoje marcham pelo governo
e as mãos embrulham o plástico negro
onde todas as vidas não se precisam
de adivinhas em bolas de cristal
só a água ardente
continua disparando igual


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