sexta-feira, 29 de maio de 2015

palavras ao vento


O roído vem do quinhão
de pactuar com gritos
Somos não somos atochados
pelo melhor peitoril
desta cidade viril
De pactuar com o demo silêncio
com a nossa silenciosa dor
de ficarmos marcados
para todo o sempre chorar só
E um ferro em brasa
O porto salvador incógnito
rodar o trinco da sorte
E subitamente a tua palavra flui
e não estás mais só
E o autor profano se evangeliza
do espólio de borboletas vocábulos
refinando como larápio a arte
de magicamente se apropriar
de todas as vidas

Que possas azulejar todos os poemas
nas paredes devolutas destas ruas
e do sopé da colina seres autóctone
do consumo de todas as brisas rimas
avant-garde metafórico de olhares
que tudo trespassam e não morte.

Que sejas incólume de ti mesmo
e por quem cá ande mais
quando essas anónimas paredes
passem a ser retrato exposto
como apenas corrompido
à espera do exorcismo
quando de branco de novo caiadas.

Mas que são?
Palavras ao vento dos infernos
do coração.


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