quarta-feira, 13 de maio de 2015

somos tantos e nenhum



interrompendo o passeio para fumar mais um cigarro
das garras do fumo verbos sem assinatura aos céus
e começaram a soar passos abafados
pedaços de mente queimando a energia
amaldiçoando um lugar chamado dentro
chocalhos como pedras de calçada soltas
rebentando o rifão: enquanto à vida há...
-vai indo não me posso queixar muito
a vida defendida pelos melhores criminosos
que raptando o horror ao sentido que não é
caindo de amores em síndrome de estocolmo
-por essas razões somos todos inocentes
só é preciso lidar clinicamente com o ódio
a violência contida que fica nas palavras
um complexo de outra mitologia qualquer
-o que te dará mais poder ainda?
aprender a manter o mundo no seu lugar
e se for preciso ameaça-lo com a arma
que das nossas mãos passa para a folha
e o cinismo, ah o cinismo é o bálsamo
com franqueza o adquiri por empréstimo
a um outro qualquer poeta do fingimento.
mas a ponta do cigarro requer sempre outra
e as teorias mais perguntas tal barras de aço
anti semitas, porque deuses há muitos...
por aí passeando à beira do passeio

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