segunda-feira, 27 de maio de 2013

A arte nos dias de hoje é um capricho, daqueles que só os que trabalham podem chegar a ela, daqueles que como eu, têm de pagar para que ela chegue aos outros. Eu tenho de trabalhar para que a minha arte chegue a ti. Em forma de cd, em forma de livro, vídeo ou outra qualquer expressão que requer material, tempo e claro, dinheiro. E muitas vezes, os outros passam ao lado daquele que é um trabalho que veio de dentro de alguém que não o pode suportar dentro de si. Passam ao lado sem passar os olhos ou os ouvidos naquele que é um longo e árduo caminho para conseguir chegar aos outros acreditando ter uma mensagem que é importante que chegue. Infelizmente assiste-se a um fenómeno que nenhuma relação tem com a arte e sim com propaganda, media e claro, domínio de poder financeiro. A este fenómeno algumas vezes se associa talento reconheço-o mas quantos outros ficam pelo caminho porque não são sequer lugar de oportunidade?  
Mas para quem cria, e se tu sabes disso, também és criador, chega a um ponto em que nada disto tem importância. Nesse ponto está a questão de criar para estar vivo e o resto...secundário. Tudo isso que se passa à minha volta não tem qualquer importância para mim, faço-lhe referência apenas para marcar uma posição. Uma postura de protesto. E contra tanta coisa que às tantas já nem sei se sou a favor de algo que vá para além de apenas o acto de criar. Provavelmente não. Anulo-me com gosto em prol de algo que o sinto maior do que eu. Ego de gigante próprio de tantos outros que acreditam na arte. Tanto me faz tudo o resto. 
De qualquer forma, estou a trabalhar para que chegue até ti.

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