quinta-feira, 16 de maio de 2013


brincam à beira da mão, marfim e ébano
gesto etéreo, se fosse película bella donna  
subtileza crescendo a quase no peito
arritmia de amor, lágrimas que choram
fraterno pautado de um coração cansado
antologia de inquestionável impressão
mamma mia! qué espírito tão selvaggio
ensurdecer de livre esculpindo de dentro 
um corpo volátil deixado a esmo

deixas? deixas mesmo?
de tão intenso conduz ao aniquilamento
que simbiose épica no cume de babel 
desfragmentação virtual da dor
que nos resta da poesia de fel 

brincam escapando pelos dedos, versos
dos que doem, dos que choram e gritam
nas cordas do violino agudizando, solos
de querer e não ir, o calvário das notas

dança morte a monte pela pauta mia
o canto da sereia é a última sinfonia
o frenesim porque tudo acaba aqui
deslocamentos apenas de estados
punição temporal, aguardo por Ti

esperas? esperas mesmo?
gesto eufémico
se fosse possível il mostro
absolutamente o mais belo
e a descrição não consegue
nem sequer tocar-lhe no rosto!

Brinca comigo, só hoje...
Uma última vez
Morte

 




 















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