Seria estranho se um dos moinhos girasse ao contrário?
ou se o tempo começasse do fim e tudo fosse desconto
a vida afinal não é senão gaussiana e o desvio padrão
uma espera de demasiado pequena ao velho declinado
pára tudo! no núcleo do pensamento se instala aperto
de tão veloz ser passageiro e involuntário adquiriu lugar
e em vez de vivê-lo é bicho de contas e contra corrente
impasse branco, dois terços da gente passando incógnito
já te viraste ao contrário? há quanto tempo está vazia
a ampulheta esse compartimento cónico que deixaste
nem sabes quando nem porquê e ao olhar ninguém vê
e aí o tempo não é tempo, é qualquer coisa esquisita
que agente deixa como parasita engordar da nossa vida
a mim não me importa nada disso, dos outros vou
fazendo motivo de escritura, e se a minha assinatura
vou deixando assim me vou também eu desgantando
na curva, no cone, na linha. Eu sou esse Moinho.
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