a civilização não seria a mesma sem gatos e sem jornais
deixa-me tirar a cera dos ouvidos a ver nos entendemos
cronicamente adocicados os dedos embeiço nos nomes
passeando grandes homens poetas passos em universais
ao longo dos números as árvores podadas entre colunas
ser impuro de coisas simples ter habilidades e caracteres
acentos e espaços haustos de não querer outras fortunas
e entretanto ser alvo dum presente sem livres vicissitudes
chamar-lhe independente é no mínimo um atalho
ser dono quando compro e na memória o verbo
a queda da perversão tecnocratas de cabeçalho
e na última página bate papo sincero e impresso
batem leve leve mente os versos da estrebaria
entram mudos os tucanos a cordel são insanos
no rodapé uma legenda para leigos em poesia
récita inchada aos peitos de borracha patriota
parvalhota de leitura a mocidade é hoje ficção
ciber imaginário de régua e esquadro na mão
e um enquadramento não menos pobretanas
é que nem de barbatanas se livra da televisão
deixa me tirar a cera dos ouvidos ora deixa
terei uma lição a reter se o gato sair de cima
leio: língua portuguesa integrada no sistema!
bravo!Camões deve estar deveras satisfeito!
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